sábado, 10 de novembro de 2007

Brasil na OPEP

Recentemente a ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, foi escolhida para anunciar ao Brasil a descoberta de uma grande reserva de petroleo em Santos. A descoberta parece poder levar o Brasil ao patamar de "potência do petróleo como os paises árabes e a venezuela".


Acredita-se que a a reserva nacional, que é de 12 milhões de barris, aumenta para 20 milhões, podendo tornar o Brasil um grande exportador oligopolista.


Ainda que seja necessário um certo tempo para iniciar a exploração dos novos poços, que não devem ocorrer antes de 2013, uma onda de otimismo parece ter tomado conta do mercado, disparando as ações da petrobrás e alimentando os sonhos do nosso presidente, que fez comentários otimistas a respeito da novidade:



"Logo, logo o Brasil vai participar da Opep. E obviamente que se o Brasil participar da Opep nós vamos brigar para que baixe um pouco o preço do petróleo, porque é uma das contribuições que os países ricos em petróleo podem dar"



A notícia, isenta do comentário de Lula, já seria bastante inoportuna e contraditória, visto que a Petrobrás passa por grandes problemas em relação ao abastecimento de gás natural e que o Brasil pretende ser um grande produtor de biocombustíveis, contudo o principal paradoxo é o comentário do nosso presidente.

Todos sabem que a OPEP representa um dos maiores carteis do mundo, sendo comumente usado como principal exemplo de oligopólio nas aulas de teoria econômica.

A definição formal é: Oligópólio (do grego "oligos", poucos + "polens", vender) - Poucos vendedores

O Cartel é uma forma de oligopólio em que empresas legalmente independentes, geralmente atuantes do mesmo setor, promovem acordos entre si para promover o domínio de determinada oferta de produtos e/ou serviços. Esse controle da oferta se resume em manipulação de preços e minimização da concorrência leal.

A própria OPEP não esconde o jogo e sempre deixou claro que o obejtivo é escolher a quantidade ofertada de petroleo de modo a maximizar o lucro das empresas que compõem o oligopólio. Inclusive o New York Times publicou em 1973 o argumento do Irã para a manutenção de altos preços do petroleo: "Vocês compram nosso petróleo bruto e nos vendem ele de volta beneficiado na forma de produtos petroquímicos por uma centena de vezes o preço que vocês o compraram...; Seria no mínimo justo que, daqui pra frente, vocês paguem mais pelo petróleo. Poderíamos dizer umas 10 vezes mais."

Nesse cenário podemos nos perguntar:



O que pensou Lula ao propor um redução dos preços do petróleo caso o Brasil passe a ser membro do maior cartel do mundo? Afinal só se entra num cartel para se beneficiar dos altos preços, caso contrário mesmo sem ser da opep o Brasil começa a vender mais barato por conta própria, seria uma estratégia não cooperativa que estaria de acordo com os principios altruístas de nosso presidente.

6 Comentários:

Às 13 de novembro de 2007 às 09:01 , Blogger Unknown disse...

paulinhooo
ficou ótimo o texto da OPEP!
Qual o sentido em entrar para o OPEP se n�o for para se beneficiar os altos lucros???

bjoo

 
Às 13 de novembro de 2007 às 09:02 , Blogger Unknown disse...

* só corrigindo: dos altos lucros

aushhuasuhasuhas

=**

 
Às 13 de novembro de 2007 às 09:59 , Blogger Paulo Vaz disse...

É pow, o argumento dele poderia até ter sentido, já que com a entrada do Brasil essa maior oferta PODE gerar uma redução nos preços
( PODE porque vai depender da velocidade de expansão da demanda e da oferta. A taxa de crescimento internacional pressiona o mercado já que a cada ano se precisa de mais petroleo)
Assim, se houver um excesso de oferta, que é possivel com essas novas reservas, haverá naturalmente uma redução dos preço, mas a OPEP não tem nada haver com isso, a não ser que seja para evitar essa queda kkkk

 
Às 14 de novembro de 2007 às 14:10 , Blogger Unknown disse...

Paulo, primeiramente parabens!!!Ideia fantastica e muito bom esse blog. Realmente, gostei muito!!
Em relação nosso Nobel em economia, nosso querido presidente, populismo tem limite né?? Os assessores dele deveria ser mais atenciosos. Em relação a descoberta, mais uma oportunidade para o país tentar se "aprumar" para um desenvolvimento e crescimento sustentavél, não acha? Deixo uma questão, teria essa descoberta dado um folego para as pesquisas sobre biocombustível? Afinal, pode ser que o fim do petróleo nao esteja tão perto assim.

 
Às 14 de novembro de 2007 às 15:09 , Blogger Paulo Vaz disse...

Valeu Flavius!! quando comentei o fato de que era copntraditorio em relação aos biocombustiveis era exatamente por isso pow!
O Brasil vem levantando a bandeira da importância dos biocombustiveis e da nossa participação, considerando que podemos ser o grande produtor de biocombustiveis. Daí é meio estranho um país que passa tanto tempo defendendo a importância do uso dos biocombustiveis para a redução das emissões derrepente, como que dominado pelas expectativas futuras de lucros, esquece isso e comemora o maior uso do combustivel mineral!!!
Claro que não vamos contestar a importância dessa descoberta para a economia brasileira, mas devemos reconhecer esses paradoxos! kkk

 
Às 27 de novembro de 2007 às 08:27 , Blogger Ricardo Agostini Martini disse...

Muito bom post. Talvez a entrada do Brasil na OPEP, se isso realmente acontecer consiga segurar um pouco o preço do petróleo, frente à crescente "fome" das economias asiáticas em expansão.

O Lula não precisa conhecer a teoria do cartel, seus discursos só servem para agradar ao público. Mas, espero que os seus ministros saibam o que fazer!

 

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